quinta-feira, 31 de maio de 2012



ESTUDO SOCIOLÓGICO SOBRE AS ARTES MARCIAIS E DESPORTOS DE
COMBATE EM PORTUGAL
Por Vítor Alberto Valadas Rosa

Um estudo feito em Portugal que traça o perfil dos praticantes de artes marciais e desportos de combate a nível nacional relativamente aos seus comportamentos, as suas motivações e as suas crenças para com estas práticas. Realizado no  Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Infelizmente, o estudo das artes marciais não tem merecido uma atenção adequada por parte doa investigadores portugueses.
Os objetivos específicos deste estudo exploratório são claros:
• Conhecer de forma sociológica o perfil dos praticantes de artes marciais em
Portugal;
• Conhecer as motivações para praticar artes marciais.

Com isso fizeram uma pesquisa em com os praticantes de artes marciais:
• A maioria dos praticantes que respondeu ao inquérito reside nas Regiões de Lisboa e Vale do Tejo (48,5%).
• A maioria dos praticantes não desiste da prática da sua modalidade. Se o faz,
algum momento da sua vida, é devido, essencialmente, a questões profissionais, de saúde ou escolares.
• Os motivos indicados como sendo os mais importantes são o bem-estar físico e psicológico e o prazer elicitado pela prática. A defesa pessoal e a competição são os motivos que menos interessam aos praticantes.
• Os tempos de permanência dos homens nas artes marciais são superiores aos das mulheres.
• 67,9% dos inquiridos consideram que as artes marciais têm uma imagem positiva no âmbito da opinião pública e publicada. Os que acreditam que a imagem é negativa, referem que são os filmes e o desconhecimento das regras as principais causas da visão equivocada e deturpada dos valores das artes marciais.


Psicologia Esportiva em esportes e combates


Correlation of aggressiveness and anxiety in fighting sports.
Tiric-Campara M, Tupkovic E, Mazalovic E, Karalic E, Biscevic M, Djelilovic-Vranic J, Alajbegovic A.

Fonte: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22486144
Neurology Clinic, Clinical Centre University of Sarajevo, Sarajevo 71000, Bosnia and Herzegovina. merita.tiric@gmail.com

INTRODUCTION:
in fighting sports there are many opened issues related with levels of aggression and anxiety.
MATERIAL AND METHODS:
Our study is performed with healthy young athletes: kick boxers, karate fighters, and boxers. Examined group consisted of 55 members (45 male) with average age of 20.2 +/- 3.8 years. In analysis of level of aggression Questionnaire A-87 is used. Its purpose is assessment of aggressive behaviour in provoked situations, or measurement of impulsive aggression. Questionnaire A-87 consists of 15 items of different situations with five possible responses.
RESULTS AND DISCUSSION:
The possible responses or reactions are the five most frequent forms of aggressive responses: a) verbal manifestaggression (VM); b) physical manifest aggression (PHM); c) indirect aggression (IND); d) verbal latent aggression (VL), and e) physical latentaggression (PHL). In the analysis of anxiety is used Beck Anxiety Inventory, BAI. Average training period was 7.8 +/- 3.6 years. Even 37 athletes during sporting carriers were injured, and most of examiners (precisely 13) experienced 3 injuries. Average value of BAI was 12.7 +/- 8.7. Average value of total aggression was 152.2 +/- 40.9; highest levels were observed in VM (33.9) and VL (30.1). Significant positive correlations of all components of aggression with level of anxiety is observed (p < 0.05), most prominent IND (r = 0.4263; p = 0.0012), and VL (r = 0.4163; p = 0.0016), and also total aggression (r = 0.4822; p = 0.0002). Slightly significant positive correlation of total aggression with age of examiners is also observed (r = 0.2668, p = 0.0489). Positive correlation VM (r = 0.4928; p = 0.0001), PHL (r = 0.2761; p = 0.0413), and total aggression (r = 0.347; p = 0.0094) is observed with number of injuries of examined athletes. Also, positive correlation (r = 0.2927, p = 0.0301) is observed with level of anxiety and number of injuries. Higher level of aggression and anxiety might change attitude of some sports authorities (especially coaches), and additional psychological training of fight sports might be necessary.
CONCLUSION:
Assessment of basically levels of aggression and anxiety of athletes might be valuable not only in sport activities, but in overall aspects of life.

De acordo com o artigo, feito através de estudos pela Universidade Clinica de Savarejo, em esportes de combate, como nas lutas, existem muitos problemas relacionados a diferentes níveis de agressividade e ansiedade. Podemos assim citar cinco: manifestação verbal, manifestação e agressão física, agressão indireta, manifestação verbal dissimulada e manifestação física dissimulada. Depois de avaliados, foi observado que metade dos atletas apresentou danos físicos significantemente graveis. A avaliação ente os níveis de agressão e ansiedade dos atletas pode ser muito valiosa, não só em atividades esportivas, mas em aspectos gerais da vida.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Aspectos Históricos e Filosóficos do Judô


A criação do judô

O judô procura se diferenciar das demais modalidades de lutas através de seus 
aspectos filosóficos e até mesmo ritualísticos, na  medida em que resgata as tradições 
japonesas de séculos passados (RUFFONI, 2004).


• Jigoro Kano procurou trabalhar qualidades como o relacionamento, a fraternidade, a disciplina, o civismo e o respeito, buscando disseminar uma nova luta mais esportiva, segura e sem segredos, que impedisse sua banalização, o que possibilitaria ser usufruído por todos, desde crianças até adultos em idade avançada (Ibidem, 1986).
Ao se preocupar em resgatar a cultura japonesa, Kano fez do Dojô (local onde se pratica o judô) um ambiente sagrado, onde os praticantes deveriam respeitar tanto o espaço quanto respeitam a si mesmos. Para isso, como grande símbolo de respeito é necessário tirar os sapatos e cumprimentá-lo antes de entrar no Dojô.

Jigoro Kano


O “Espírito do Judô”   


Quando Jigoro Kano idealizou o que seria o judô, ele criou os princípios que norteariam
o praticante desta arte. Estes representariam o “Espírito do Judô”, que se compõe de duas
máximas e nove princípios.
As máximas do judô segundo Kano (1994) são conhecidas como:  Seiryoku Zen’yo -
Máxima eficácia com o menor desprendimento energético;  Jita Kyoei - Prosperidade e
benefícios mútuos.
Já os nove princípios do judô segundo Virgílio (1986) são: Conhecer-se é dominar-se, e dominar-se é triunfar; Quem teme perder já está vencido;Somente se aproxima da perfeição quem a procura com constância, sabedoria e, sobretudo, humildade;Quando verificares, com tristeza, que nada sabes, terás feito teu primeiro progresso no aprendizado; Nunca te orgulhes de haver vencido um adversário; quem venceste hoje  poderá derrotar-te amanhã. A única vitória que perdura é a que se conquista sobre a própria ignorância; O judoca não se aperfeiçoa para lutar; luta para se aperfeiçoar; O  judoca é o que possui inteligência para compreender aquilo que lhe ensinam e paciência para ensinar o que aprendeu aos seus companheiros; Saber cada dia um pouco mais, utilizando o saber para o bem, é o caminho do verdadeiro judoca; Praticar o judô é educar a mente a pensar com velocidade e exatidão, bem como ensinar o corpo a obedecer corretamente. O corpo é uma arma cuja eficiência depende da precisão com que se usa a inteligência.

Ao ser observado o Shiai (Lutas), percebem-se os pais, que muitas vezes nunca fizeram
judô, com uma postura parecida com a dos técnicos, orientando os filhos e, em alguns casos, motivando atos violentos e cruéis que vão de encontro aos princípios preconizados por Jigoro Kano. Para a cultura ocidental, a vitória deve vir  a qualquer custo. Logo, há atletas que não compreendem a filosofia do Shiai, onde “perder” e “ganhar” se assemelham pedagogicamente (BORGES, 2010).

Tradicionalmente são enfatizados vários princípios  teóricos, como a humildade, hierarquia, respeito e disciplina. Porém, ultimamente percebe-se que esses princípios estão sendo cobrados pelos professores de uma forma pouco fundamentada teoricamente, não sendo tão clara a ética embutida na prática. Existem professores, que acreditam que seus trabalhos consistem apenas no adestramento físico-técnico, deixando de lado toda uma abordagem educacional que poderá auxiliar ao aluno a compreender criticamente a realidade social que vive. Para que o judô conseguisse manter sempre seu perfil comportamental e filosófico, Kano procurou esquematizar quatro pilares em que o aluno nunca deve esquecer: o respeito, a humildade, a honestidade e a lealdade. Respeitando esses valores, o judoca estará sempre se colocando acima de qualquer resultado que o torne um grande lutador, sem, contudo, perder as características do combate, com sua beleza, seu cavalheirismo e seu vigor na eficiência das técnicas. A essência do judô com suas objetivas sutilezas estão inseridas em todos os momentos de sua prática, e todo esse espetáculo criado, é o segredo que Kano deixou para que todos os alunos desvendassem ao decorrer dos treinamentos e da filosofia (MESQUITA, 1994)

 O Desenvolvimento do judô pelo mundo


Por onde o professor Jigoro Kano passava, estudava cada vez mais sobre o judô, por isso obteve uma constante evolução, pois conseguia divulgar seus estudos, já que seu maior desejo era ver o judô como uma prática universal. Desta forma o judô começou a migrar por todo o mundo, incluindo o Brasil com a vinda de imigrantes japoneses, na maioria em São Paulo, servindo como fator essencial para o desenvolvimento do judô no nosso país.  Praticado no mundo inteiro, o esporte teve sua primeira participação olímpica em Tóquio 1964 e se tornou definitivamente modalidade olímpica em Munique 1972.

A prática do judô pelo mundo foi muito influenciada por outras lutas de diferentes países da Europa. No entanto para as competições internacionais, os europeus começaram a utilizar em seus treinamentos, uma preparação física intensa, com excessiva utilização da força, contrariando os princípios básicos do judô, “Mínimo de força para o máximo de eficiência” (MESQUITA, 1994).

Uma vez o judô difundido pelo mundo, foram muitas as  alterações e adaptações sofridas nas técnicas e métodos no ensino, mas a movimentação (Shintai) e a disputa pela melhor pegada (Kumi Kata) foram as que influenciaram aos judocas do ocidente para que conseguissem se consagrar campeões mundiais e olímpicos, já que a supremacia nas competições mundiais era dos orientais com seu judô técnico e elegante. Atualmente os judocas são na sua maioria atletas, e isso tem feito com que os aspectos filosóficos do judô sejam deixados de lado em prol  do rendimento competitivo e do reconhecimento financeiro onde o judoca é treinado  para ganhar sem as preocupações subjetivas do judô tal como sua filosofia, e sem as referências dos “mestres” tradicionais da modalidade. Atribui-se esse fato, provavelmente, a  formação de diversos profissionais competentes, os quais o judoca tem contato, para influenciá-lo na sua preparação e oferecer melhores condições de treinamento dando também suporte financeiro. Com essas múltiplas influências os valores tradicionais do judô acabam sendo vistos apenas como histórico e vem sendo praticado da forma de uma cultura globalizada. Onde os “estilos” do judô são cada vez mais adaptados para competições internacionais por diversos países que misturam suas lutas típicas com o judô, tendo a prática diferente dos seus primórdios, que cada dia está mais diferente daquela criada pela filosofia do professor Jigoro Kano (MESQUITA, 1994).